“Ó Paí, Ó”

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Por Luanna Andrade

Todo mundo já deve ter escutado frases como “Esse filme é muito bom!”, “Eu recomendo!” ou “Que enredo fraco!”. O filme Ó Paí, Ó sempre dividiu opiniões e por isso decidimos trazer uma resenha quentinha para que vocês conheçam um pouco sobre essa produção.

Você sabia que Ó Paí, Ó é uma gíria baiana que significa: “Olha pra isso, olha”? Ao assistir ao filme, fica fácil notar que o título é pertinente para o contexto em que foi inserido. E você sabia que o filme, lançado em 2008, é uma adaptação de uma série de mesmo nome, com 10 episódios, produzida em 2007? Pois, é!

A baiana Monique Gardenberg assina a direção geral e o roteiro junto a nomes de peso como Guel Arraes (PE), Jorge Furtado (RS), Mauro Lima (SP), Carolina Jabor (RJ) e Olívia Guimarães.

O filme ficou bastante conhecido por carregar no enredo a cena icônica em que Roque (Lázaro Ramos), um homem negro, responde a Boca (Wagner Moura), um homem branco. Na discussão Roque defende, de forma visceral, a cor de sua pele. Nesta cena, há quem diga que Lázaro Ramos tenha saído do personagem por ter conseguido transmitir muito bem toda a intensidade do sentimento que envolvia o tema abordado, no caso, o racismo. Incrível, não é?

Ó PAÍ Ó – Cena com Lázaro Ramos e Wagner Moura

A trama começa em torno das histórias dos integrantes de um grupo de moradores de um cortiço no Pelourinho, bairro do centro histórico de Salvador, num dia de carnaval. Para ter a real noção da força de cada personagem e para imergir nas histórias de cada um deles, somente assistindo a obra. Se você não viu ainda, está esperando o que?

Ó Paí, Ó é um filme brasileiro que foi capaz de mostrar de forma cômica a realidade dura daquele pedaço de Bahia, abordando temas sociais que levantam discussões polêmicas, como racismo, religião, homossexualidade, prostituição, machismo, violência e pobreza. Mas faz tudo isso carregando a marca do bom humor e da sensibilidade baiana.

Para os curiosos de plantão, a versão do filme disponível na plataforma Globoplay cortou a cena final. Justo ela que fechava com chave de ouro a proposta do filme de tratar a realidade como algo além do final feliz. Esta cena mostra de forma impactante as realidades do carnaval divididas entre dois mundos. Enquanto uns riem, outros choram, enquanto uns comemoram a folia, outros lamentam a morte. Um final icônico com direito a trilha sonora composta pelo grupo Olodum na forma de canção de protesto e cantada por algumas das vozes mais representativas da Bahia, como Margareth Menezes, Tatau e Daniela Mercury.

É possível achar o filme completo no canal da Europa Filmes, no Youtube. Para quem não viu, vale conhecer. Para quem já viu, vale rever. Lembrando que Ó Paí, Ó é um filme emocionante, principalmente sem cortes!

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